Foram meus irmãos menores, os meus primeiros professores de
leitura.
Deixe-me explicar: todas as noites, eles me pediam para ler
histórias para dormir. Sabia, exatamente, quais histórias eles mais apreciavam
e quais novidades poderiam gostar. Representar os personagens, mudando o tom de
voz, usando e abusando de onomatopeias...
Cativar o ouvinte, com todo o ser, entrar em sintonia com o
seu mundo imaginário, transitar livre e alegremente no complexo mecanismo de
codificação e decodificação de linguagens múltiplas: um raro privilégio! Um
prazer singular...
Assim, a leitura não deve conter em si, um caráter
obrigatório, pois resultará em desprazer e infelicidade eterna. Um passo
inicial mal dado pode comprometer todos os outros, vindouros!
Ler é, antes de tudo, um mergulho para o mundo mágico do
encantamento. Cada página é um convite aberto e franco, para sorrir, para
chorar, para levar um susto, para refletir...
Quando se lê, por puro prazer, a criança cria na memória,
essa atmosfera de prazer e de felicidade. Tal como um rato de laboratório
ativado para o sistema de recompensa, toda vez que a criança pega um livro ou
tem um pensamento leitor, associa-o ao momento prazeroso, ou vice-versa.
Criando-se assim, o fabuloso hábito da leitura.
E quando se é picado pelo bichinho da leitura, o indivíduo
fica infectado, para sempre! Pelo resto de sua vida. Esse “mal” só pode ser
amenizado, por meio de um coquetel diário de livros, encontrado em bibliotecas
e em boas livrarias. E o desejo insaciável de leituras, cada vez mais
significativas...!
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